Agrada-me imenso partilhar convosco a história fascinante de um dos monumentos mais emblemáticos de Portugal. Situado no topo da serra de Sintra, o palácio nacional da Pena é um exemplar extraordinário da arquitetura romântica do século XIX, que continua a encantar os visitantes de todo o mundo.

Como guia turístico há mais de uma década, posso assegurar-lhe que cada visita a este palácio revela novos detalhes surpreendentes.

A origem e história do Palácio da Pena

No século XII, existia apenas uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora da Pena no topo da serra de Sintra. Esta capela foi posteriormente transformada num mosteiro pela ordem de São Jerónimo, que ali permaneceu até ao século XIX.

Foi apenas após o terramoto de 1755 que devastou grande parte da construção original que surgiu a oportunidade para a criação do magnífico palácio que hoje conhecemos.

D. Fernando II, conhecido como o rei-artista, adquiriu as ruínas do mosteiro em 1838 e, juntamente com a sua esposa D. Maria II, iniciou um ambicioso projeto de construção.

O monarca contratou o barão von Eschwege, um engenheiro alemão, para transformar as antigas ruínas num palácio de sonho que combinasse diferentes estilos arquitetónicos.

A arquitetura única do Palácio da Pena

O que torna o palácio nacional da Pena verdadeiramente especial é a sua extraordinária mistura de estilos arquitetónicos. Encontramos elementos neogóticos nas torres pontiagudas e nos arcos ogivais, características neomanuelinas nas janelas elaboradas e nos portais decorados, influências neoislâmicas nos azulejos e cúpulas, e até mesmo toques neorenascentistas em várias secções do palácio.

As cores vibrantes do palácio também contam uma história. A parte mais antiga, em tons de vermelho, corresponde ao antigo mosteiro, enquanto as secções amarelas pertencem ao “palácio novo”, construído por D. Fernando II. Esta combinação cromática única tornou-se uma das imagens mais reconhecíveis de Portugal.

Os espaços mais emblemáticos

Ao entrarmos no palácio, somos imediatamente impressionados pela porta do Alhambra, uma obra-prima de inspiração mourisca. O pórtico do Tritão, com a sua figura mitológica imponente, marca a entrada principal do palácio e simboliza a criação do mundo segundo antigas lendas.

O claustro manuelino, preservado do antigo mosteiro, é um dos espaços mais antigos e autênticos do conjunto. Os seus arcos elaborados e a decoração típica do estilo manuelino transportam-nos para a época dos descobrimentos portugueses.

A vida no Palácio da Pena

O palácio nacional da Pena serviu de residência a vários monarcas portugueses. D. Fernando II viveu aqui com as suas duas esposas: primeiro com D. Maria II e, após a morte desta, com a condessa d’Edla. Os seus descendentes, incluindo D. Pedro V, D. Luís I, D. Carlos e D. Manuel II, também habitaram este espaço único.

Reconhecimento internacional

Em 1995, o conjunto formado pelo palácio nacional da Pena e pelo parque envolvente foi classificado como património mundial pela UNESCO, reconhecendo assim o seu valor histórico, artístico e natural excepcional. Esta distinção veio confirmar a importância deste monumento não apenas para Portugal, mas para toda a humanidade.

Veja o Palácio da Pena hoje

Atualmente, o Palácio da Pena é um dos monumentos mais visitados de Portugal, recebendo anualmente milhares de visitantes. A sua silhueta única, recortada contra o céu de Sintra, continua a inspirar artistas e a maravilhar todos os que têm o privilégio de o visitar.

Palácio da Pena: informações essenciais para a sua visita

O majestoso Palácio Nacional da Pena destaca-se como uma das principais atrações turísticas de Sintra. Para uma experiência mais tranquila e organizada, recomenda-se a aquisição prévia dos bilhetes através do portal oficial do monumento.

Este emblemático palácio mantém-se disponível para visitas durante toda a semana, com horários que se ajustam conforme a temporada.

Na época alta, que decorre de março até outubro, o palácio recebe visitantes das 9h30 até às 19h00. Durante a época baixa, compreendida entre novembro e fevereiro, o horário de encerramento antecipa-se para as 18h00.

Quanto à tabela de preços, os valores encontram-se distribuídos do seguinte modo:

• Tarifa normal (dos 18 aos 64 anos) – 20 €
• Tarifa jovem (dos 6 aos 17 anos) – 18 €
• Tarifa terceira idade (acima dos 65 anos) – 18 €
• Bilhete familiar (2 adultos + 2 jovens) – 65 €

É importante realçar que aos domingos, os residentes em território português beneficiam de entrada gratuita no Palácio da Pena, proporcionando uma excelente ocasião para descobrir este magnífico património sem custos associados.

Pontos de interesse no Palácio da Pena

Considerado uma das mais notáveis obras arquitetónicas de Sintra, o Palácio da Pena encanta os seus visitantes com uma mistura única de estilos. Desde os seus portões até ao último aposento, cada elemento arquitetónico revela uma narrativa fascinante do passado português.

Para uma apreciação adequada deste património histórico, recomenda-se reservar aproximadamente duas horas, embora os mais interessados possam necessitar de mais tempo para uma exploração pormenorizada.

Os locais mais admirados do Palácio da Pena incluem:

• A grandiosa Sala dos Veados, distinguida pelos seus magníficos murais e decorações exuberantes
• Os aposentos privados de D. Carlos I, onde se observam os interesses e preferências do último rei residente
• A extraordinária capela, destacando-se pelo seu teto admiravelmente conservado
• Os extensos jardins e áreas verdes, proporcionando vistas deslumbrantes sobre a vila de Sintra e regiões circundantes
• A espaçosa cozinha palaciana, dominada pela sua impressionante chaminé monumental

Para uma melhor orientação durante a sua visita a este monumento histórico, sugerimos a consulta do mapa virtual com todos os pontos turísticos assinalados.

O Palácio Nacional da Pena é muito mais do que um mero monumento histórico – é um testemunho vivo do romantismo português, um símbolo da capacidade criativa humana e um local onde a história, a arte e a natureza se fundem de forma harmoniosa.

A sua preservação e valorização são fundamentais para que as gerações futuras possam continuar a descobrir e apreciar esta joia da arquitetura portuguesa.

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