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Conheça a Ilha das Cobras, o local mais perigoso do mundo

Conheça a Ilha das Cobras, o local mais perigoso do mundo

Saiba porque a Ilha das Cobras é o local mais perigoso do Brasil, com até 5 serpentes venenosas por m². A área é protegida e o acesso é restrito pela Marinha.
ilha das cobras
Wikimedia

Imagina um local tão perigoso que é praticamente impossível visitá-lo. Um sítio onde a cada metro quadrado podes encontrar até cinco cobras mortíferas. Este lugar existe e chama-se Ilha das Cobras, oficialmente conhecida como Ilha da Queimada Grande, situada ao largo da costa de São Paulo.

Este pequeno pedaço de terra é considerado um dos locais mais perigosos do planeta, onde a natureza demonstra todo o seu poder e mistério.

Localização e história

A Ilha da Queimada Grande encontra-se a cerca de 35 quilómetros da costa paulista, no município de Itanhaém. Com uma área aproximada de 430.000 metros quadrados, esta ilha tem uma história fascinante que remonta ao século XVI, quando foi avistada pela primeira vez por Martim Afonso de Souza em 1532.

O nome “Queimada” tem origem nas antigas práticas dos habitantes locais, que realizavam queimadas para tentar controlar a população de serpentes. No final do século XIX, foi construído um farol na ilha para orientar as embarcações que navegavam pela região, marcando assim um período em que faroleiros habitavam este território hostil.

Densidade de cobras e perigos

A característica mais impressionante da Ilha das Cobras é, sem dúvida, a sua extraordinária população de serpentes. Estima-se que existam aproximadamente 15 mil cobras na ilha, sendo a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) a espécie mais notória. Esta serpente evoluiu de forma isolada, desenvolvendo um veneno 20 vezes mais potente que as jararacas continentais.

A dormideira (Dipsas albifrons cavalheroi) também habita a ilha, embora seja menos perigosa para os humanos. A concentração de serpentes é tão elevada que os investigadores chegam a encontrar até cinco cobras por metro quadrado em algumas áreas.

Restrições de visitação

Devido aos riscos extremos, o acesso à Ilha das Cobras é estritamente controlado pela Marinha do Brasil. Apenas investigadores autorizados, sob rigorosas medidas de segurança, podem visitar o local. Esta restrição existe não só para proteger as pessoas, mas também para preservar o delicado ecossistema da ilha.

Biodiversidade e outros animais

ilha da queimada grande
Wikimedia

Apesar da fama das serpentes, a ilha abriga uma diversidade surpreendente de espécies. Além das cobras, encontram-se lagartos, anfíbios e uma variedade de aves, tanto residentes quanto migratórias. Esta riqueza biológica faz da ilha um verdadeiro laboratório natural para estudos científicos.

Importância ambiental

A Ilha da Queimada Grande é reconhecida como Área de Proteção Ambiental e de Relevante Interesse Ecológico. Este status especial deve-se à sua biodiversidade única e ao papel crucial que desempenha na preservação de espécies endémicas, como a jararaca-ilhoa.

Farol da Ilha das Cobras

O farol da Ilha das Cobras, construído em 1909, continua em funcionamento até hoje, embora de forma automatizada. A sua manutenção é realizada periodicamente por técnicos da Marinha, sempre acompanhados por especialistas em serpentes do Instituto Butantan.

Diversas lendas cercam a história da ilha, sendo a mais famosa a do último faroleiro. Segundo a história, ele e sua família foram atacados por cobras que entraram pela janela, forçando-os a fugir em pânico. Desde então, o farol foi automatizado, eliminando a necessidade de presença humana constante.

Desafios e riscos

O maior desafio para qualquer visitante autorizado é lidar com o risco constante de encontros com as jararacas-ilhoas. O seu veneno é extremamente potente e pode ser fatal em questão de horas. Além disso, o acesso à ilha é complicado devido às condições marítimas e à topografia acidentada.

A Ilha das Cobras representa um paradoxo fascinante: um local simultaneamente perigoso e precioso para a biodiversidade brasileira. A sua preservação é fundamental não apenas para a sobrevivência das espécies únicas que lá habitam, mas também para o avanço do conhecimento científico sobre evolução e adaptação das espécies.

Para os curiosos que se interessam por este lugar extraordinário, o melhor é admirá-lo à distância, respeitando as restrições de acesso que garantem tanto a segurança humana quanto a preservação deste santuário natural único no mundo. A Ilha das Cobras continua a ser um testemunho vivo do poder e da complexidade da natureza, merecendo todo o nosso respeito e proteção.

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