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Conheça Hashima, a misteriosa ilha fantasma do Japão

Conheça Hashima, a misteriosa ilha fantasma do Japão

Visite a ilha de Hashima, também conhecida como Gunkanjima, passou de centro industrial a Património Mundial. Sua história retrata o auge e declínio da era do carvão.
hashima
Wikimedia

Já imaginou visitar uma ilha completamente abandonada, onde o tempo parece ter parado? Um lugar que outrora fervilhava de vida e hoje se encontra em ruínas, contando silenciosamente histórias do passado? Este é precisamente o cenário que encontramos em Hashima, uma pequena ilha situada ao largo da costa de Nagasaki, no Japão.

A história fascinante de Hashima

No início do século XX, a ilha Hashima emergiu como um dos pilares fundamentais da revolução industrial japonesa. A Mitsubishi Corporation, reconhecendo o potencial das ricas jazidas de carvão submarino, transformou este pequeno pedaço de terra numa cidade autossustentável. O que começou como uma simples operação mineira rapidamente se desenvolveu numa comunidade vibrante e moderna para a época.

Em 1959, Hashima atingiu o seu auge populacional, tornando-se o local mais densamente povoado do planeta. Imagine 5.259 pessoas a viverem numa área menor que um campo de futebol – uma densidade populacional de 835 pessoas por hectare. Os edifícios de betão erguiam-se em direção ao céu, criando uma paisagem urbana única que mais tarde inspiraria cineastas e artistas.

Por que Hashima é conhecida como Gunkanjima?

O apelido “Gunkanjima”, que significa “ilha encouraçado” em japonês, não surgiu por acaso. Vista do mar, a silhueta da ilha, com os seus altos edifícios de betão e o muro de proteção contra tufões, assemelha-se impressionantemente a um navio de guerra japonês. Este aspeto distintivo tornou-se uma parte fundamental da identidade da ilha e contribuiu para a sua fama mundial.

O apogeu e o declínio de uma cidade industrial

Durante os anos dourados, Hashima representava a modernidade japonesa. Os habitantes desfrutavam de comodidades surpreendentes para a época: cinema, piscina, lojas, escolas e até um templo. A vida na ilha era um exemplo único de comunidade industrial autossustentável, onde as famílias dos mineiros construíam as suas vidas enquanto contribuíam para o desenvolvimento industrial do Japão.

No entanto, a prosperidade não duraria para sempre. Com o advento do petróleo como principal fonte energética mundial, a procura por carvão começou a diminuir drasticamente. Em 1974, a Mitsubishi anunciou o encerramento da mina. Em questão de semanas, a ilha foi completamente abandonada, deixando para trás um testemunho silencioso da era industrial japonesa.

Hashima como Património Mundial da UNESCO

Em 2015, a UNESCO reconheceu o valor histórico excecional de Hashima, incluindo-a na lista do Património Mundial da Humanidade. Este reconhecimento não celebra apenas a sua importância industrial, mas também preserva a memória de um período significativo da história japonesa e mundial.

O renascimento através do turismo

ilha hashima
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Desde 2009, Hashima ganhou uma nova vida como destino turístico. Os visitantes podem agora explorar partes selecionadas da ilha através de passeios guiados que partem de Nagasaki. Embora muitas áreas permaneçam interditas devido ao estado de degradação das estruturas, as visitas proporcionam uma experiência única e uma viagem no tempo à era industrial do Japão.

Hashima no cinema e na cultura popular

A atmosfera única e apocalíptica de Hashima captou a atenção de Hollywood. A ilha serviu de cenário para o filme “Skyfall” da saga James Bond, onde as suas ruínas proporcionaram o ambiente perfeito para cenas dramáticas. Este reconhecimento cinematográfico aumentou significativamente o interesse global pela ilha.

A importância de Hashima para o futuro

Hashima representa mais do que apenas uma cidade abandonada. É um testemunho poderoso das transformações económicas e sociais que moldaram o século XX. A sua história oferece lições valiosas sobre desenvolvimento sustentável, comunidades industriais e as consequências da dependência de recursos não renováveis.

Como visitar Hashima atualmente

Para quem deseja explorar este fascinante local, existem várias empresas em Nagasaki que organizam excursões guiadas à ilha. As visitas são estritamente regulamentadas para garantir a segurança dos visitantes e a preservação do local. É aconselhável reservar com antecedência, especialmente durante a época alta turística.

Hashima permanece como um testemunho extraordinário da capacidade humana de adaptação e superação. A sua história, desde os dias de glória industrial até ao atual estado de preservação histórica, continua a fascinar visitantes de todo o mundo.

Seja pelo seu valor histórico, pela sua arquitetura única ou pela sua atmosfera misteriosa, Hashima é verdadeiramente um lugar único que merece ser conhecido e preservado para as gerações futuras.

A ilha fantasma do Japão não é apenas um destino turístico – é um portal para o passado que nos faz refletir sobre o presente e o futuro. Ao caminhar pelas suas ruas silenciosas, somos lembrados da importância de preservar a nossa história e aprender com as lições que ela nos oferece.

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