O que é execução fiscal e como funciona?

O que é execução fiscal e como funciona?

Compreenda a execução fiscal. Início, processo, consequências e alternativas. Saiba como lidar com dívidas fiscais e proteger seus direitos.
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Está a enfrentar uma situação de execução fiscal? Ou simplesmente quer compreender melhor este processo para evitar problemas futuros?

Neste artigo, vou explicar-lhe tudo o que precisa de saber sobre a execução fiscal, desde o seu início até à resolução.

O que é a execução fiscal e quando é instaurada?

A execução fiscal é um processo através do qual o estado português, através da Autoridade Tributária e Aduaneira ou da Segurança Social, cobra coercivamente as dívidas que tem direito a receber.

Este processo inicia-se quando um contribuinte não paga voluntariamente os seus impostos ou contribuições dentro dos prazos estabelecidos.

Imagina que tem uma dívida de IRS que não conseguiu pagar na data limite. Após esse prazo, as Finanças emitem uma certidão de dívida, que serve como título executivo.

Este documento oficial marca o início do processo de execução fiscal. É importante perceber que não se trata apenas de impostos em atraso, podem ser também multas, taxas ou outras prestações tributárias.

Como funciona o processo de execução fiscal?

O processo começa com a citação do executado, ou seja, receber uma notificação oficial informando sobre a dívida e dando-lhe a oportunidade de pagar ou contestar. Tem um prazo de 30 dias para decidir como quer proceder.

Durante este período, tem várias opções: pode efetuar o pagamento integral, solicitar o pagamento em prestações, apresentar uma oposição à execução se considerar que existe alguma ilegalidade, ou até mesmo pedir a dação em pagamento, oferecendo bens para liquidar a dívida.

Dívidas sujeitas à execução fiscal

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As dívidas que podem originar uma execução fiscal são variadas. No caso das finanças, podem ser relacionadas com IRS, IRC, IVA, IMI ou outras obrigações tributárias. Já na Segurança Social, normalmente dizem respeito a contribuições em atraso, tanto de trabalhadores independentes como de empresas.

É fundamental compreender que estas dívidas crescem com o tempo devido aos juros de mora. Por isso, quanto mais cedo tratar da situação, menos terá de pagar no final.

Consequências da execução fiscal

Se não regularizar a situação, a Autoridade Tributária pode avançar com medidas mais severas. A penhora é uma das consequências mais comuns, podendo afetar o seu salário ou pensão, contas bancárias, bens móveis ou imóveis, rendas que receba de propriedades.

Em casos extremos, pode haver lugar à venda dos bens penhorados. No entanto, existem limites legais que protegem o mínimo necessário à sua sobrevivência e da sua família.

Suspensão e extinção do processo

O processo de execução fiscal pode ser suspenso em várias situações, como:

  • Quando apresentar uma reclamação graciosa ou impugnação judicial
  • Ao prestar garantia adequada
  • Durante o processo de insolvência
  • Quando adere a um plano prestacional

A extinção do processo ocorre com o pagamento da dívida, a prescrição, a anulação da dívida ou outras situações previstas na lei.

Alternativas ao pagamento integral

Felizmente, existem várias alternativas ao pagamento integral imediato. O pagamento em prestações é uma das opções mais populares, permitindo-lhe dividir a dívida em várias parcelas mensais. Para isso, terá de apresentar um requerimento fundamentado e, em alguns casos, oferecer garantias.

A dação em pagamento é outra possibilidade, onde pode oferecer bens ou serviços para liquidar a dívida. Esta opção precisa ser aprovada pela administração fiscal e normalmente só é aceite em situações específicas.

A execução fiscal para empresas

execução fiscal empresas
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No caso das empresas, o processo tem algumas particularidades importantes. Uma delas é a possibilidade de reversão fiscal, onde os gestores podem ser pessoalmente responsabilizados pelas dívidas da empresa. Isto acontece quando:

A empresa não tem bens suficientes para pagar a dívida, se prove que a impossibilidade de pagamento resultou de má gestão, os gestores não pagaram os impostos nos prazos legais quando havia disponibilidade financeira.

Os seus direitos durante o processo

Durante todo o processo, tem direitos importantes que deve conhecer.

  • Consultar o processo a qualquer momento
  • Apresentar requerimentos e reclamações
  • Ser representado por um advogado
  • Solicitar certidões e documentos
  • Recorrer das decisões que consideres injustas

Diferenças entre execução fiscal e outros processos

A execução fiscal distingue-se de outros processos executivos principalmente pela sua natureza pública e pelos privilégios da administração fiscal.

Enquanto numa execução comum o credor precisa recorrer ao tribunal para iniciar o processo, na execução fiscal a própria administração tributária tem poderes para o fazer.

Como evitar a execução fiscal?

A melhor forma de evitar uma execução fiscal é manter as suas obrigações tributárias em dia. Algumas dicas importantes:

  • Organizar a sua documentação fiscal
  • Mantenha um planeamento financeiro adequado
  • Verificar regularmente a sua situação fiscal
  • Não ignore as notificações das finanças ou da segurança social

Se perceber que vais ter dificuldades em pagar, procure ajuda antes que a situação se agrave. Muitas vezes, é possível negociar condições mais favoráveis quando age proativamente.

A execução fiscal é um processo sério que pode ter consequências significativas na sua vida financeira. No entanto, com o conhecimento adequado e uma atitude proativa, é possível encontrar soluções que lhe permitam resolver a situação da melhor forma. Sempre que tem direitos e que existem profissionais especializados que podem ajudá-lo neste processo.

Se estiver a passar por uma situação de execução fiscal, não hesite em procurar aconselhamento jurídico especializado. Um advogado com experiência em direito fiscal pode fazer toda a diferença na resolução do seu caso.

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