O que precisa saber sobre o contrato vitalício

O que precisa saber sobre o contrato vitalício

O contrato vitalício oferece estabilidade habitacional a longo prazo em Portugal. Conheça este novo direito real, suas vantagens e como funciona a caução.
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Está a pensar numa solução habitacional a longo prazo em Portugal? O contrato vitalício, também conhecido como direito real de habitação duradoura (DHD), pode ser exatamente o que procura.

Neste artigo, vou explicar-lhe tudo o que precisa de saber sobre esta modalidade de habitação que tem vindo a ganhar destaque no mercado imobiliário português.

Imagina poder habitar numa casa pelo resto da sua vida, com a segurança de um contrato que o protege, mas sem precisar de comprar o imóvel. Parece interessante, não é? Vamos mergulhar nos detalhes desta opção habitacional que pode mudar a sua vida.

O que é um contrato de arrendamento vitalício?

O contrato vitalício, formalmente estabelecido através do Decreto-Lei n.º 1/2020, de 9 de janeiro, é um novo direito real que permite a uma pessoa ou família residir numa habitação até ao fim da vida.

Este modelo inovador surge como uma alternativa ao arrendamento tradicional e à compra de casa, oferecendo maior estabilidade e segurança habitacional.

Ao contrário do que muitos pensam, não se trata apenas de um contrato de arrendamento comum com prazo indefinido. O direito real de habitação duradoura estabelece uma relação jurídica específica entre o proprietário do imóvel e o morador, com direitos e deveres bem definidos para ambas as partes.

Direito real de habitação duradoura

O direito real de habitação duradoura representa uma verdadeira revolução no mercado imobiliário português. Este conceito foi desenvolvido para proporcionar uma solução intermediária entre a compra e o arrendamento tradicional de um imóvel.

Quando falamos de DHD, referimos-nos a um direito que permite ao morador habitar uma casa durante toda a sua vida, mediante o pagamento de uma caução inicial e de prestações mensais. Este direito pode ser transmitido em caso de morte, oferecendo assim uma segurança adicional para a família do morador.

Vantagens e desvantagens do arrendamento vitalício

O contrato vitalício apresenta diversos benefícios significativos. Para começar, oferece uma estabilidade habitacional sem precedentes, permitindo que o morador permaneça no imóvel por toda a vida. Além disso, as prestações mensais tendem a ser mais baixas do que as rendas convencionais.

No entanto, é importante considerar também os aspetos menos favoráveis. A caução inicial pode ser um valor considerável, geralmente entre 10% e 20% do valor do imóvel. Além disso, o morador fica responsável por algumas despesas de manutenção que normalmente seriam do proprietário num arrendamento tradicional.

Como funciona a caução no contrato vitalício

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A caução é um elemento fundamental do contrato vitalício. Trata-se de um valor pago inicialmente pelo morador ao proprietário, que serve como garantia do contrato. Este montante é calculado com base no valor do imóvel e pode ser devolvido parcialmente em determinadas circunstâncias.

O valor da caução é estabelecido no momento da celebração do contrato e pode ser atualizado ao longo do tempo, de acordo com critérios previamente definidos. É importante notar que parte deste valor pode ser recuperado caso o morador decida terminar o contrato antecipadamente.

Obrigações do proprietário e do morador no DHD

No âmbito do DHD, tanto o proprietário como o morador têm responsabilidades específicas. O proprietário deve garantir que o imóvel se mantém em condições adequadas de habitabilidade, realizando as obras estruturais necessárias. Também é responsável pelo pagamento do IMI e de outros impostos relacionados com a propriedade.

Por sua vez, o morador deve pagar pontualmente as prestações mensais acordadas, manter o imóvel em bom estado de conservação e realizar as obras de manutenção corrente. Além disso, deve utilizar o imóvel exclusivamente para fins habitacionais e como residência permanente.

Formas de extinção do contrato de arrendamento vitalício

O contrato vitalício pode terminar por diversas razões. A mais óbvia é o falecimento do morador, mas existem outras situações que podem levar à extinção do contrato. Entre elas, destacam-se o acordo entre as partes, o incumprimento grave das obrigações contratuais e a renúncia do morador.

Em caso de extinção do contrato, é necessário seguir procedimentos específicos para a devolução da caução e a regularização de eventuais valores pendentes. O processo deve ser conduzido de forma transparente e de acordo com a legislação vigente.

Diferenças entre arrendamento vitalício e arrendamento tradicional

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O arrendamento vitalício distingue-se do arrendamento tradicional em vários aspetos fundamentais. Enquanto o arrendamento tradicional tem um prazo definido e pode ser renovado ou terminado periodicamente, o contrato vitalício oferece uma garantia de permanência até ao fim da vida do morador.

Outra diferença significativa está na forma de pagamento. No arrendamento vitalício, além das prestações mensais, existe a caução inicial, que não está presente nos contratos tradicionais. Também há diferenças importantes nas responsabilidades de manutenção do imóvel.

Quem pode celebrar um contrato vitalício?

Qualquer pessoa maior de idade pode celebrar um contrato de arrendamento vitalício, desde que tenha capacidade jurídica plena. No entanto, é fundamental que tanto o proprietário como o potencial morador compreendam bem as implicações e responsabilidades envolvidas.

É recomendável que ambas as partes procurem aconselhamento jurídico especializado antes de celebrar o contrato. Escritórios como a Teixeira Advogados & Associados podem oferecer orientação valiosa neste processo.

Impacto do arrendamento vitalício

O contrato vitalício tem potencial para transformar significativamente o mercado imobiliário português. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), esta modalidade pode ajudar a resolver alguns dos problemas habitacionais mais prementes do país.

Esta nova opção habitacional pode beneficiar especialmente pessoas que procuram estabilidade a longo prazo, mas não têm condições ou interesse em comprar um imóvel. Também pode ser uma alternativa interessante para proprietários que desejam rentabilizar os seus imóveis de forma segura e duradoura.

Por fim, o contrato vitalício representa uma inovação importante no mercado imobiliário português, oferecendo uma alternativa válida tanto para moradores como para proprietários.

Se está a considerar esta opção, recomendo que analise cuidadosamente todos os aspetos mencionados neste artigo e procure orientação profissional para tomar a melhor decisão para o seu caso específico.

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