O bolor nos alimentos é uma questão que preocupa muitos consumidores em Portugal. É importante saber lidar com situações em que os alimentos começam a desenvolver bolor e identificar quando o consumo é seguro. A Morada Ideal preparou este conteúdo para esclarecer todas as suas dúvidas sobre o tema.
Entenda o risco de consumir alimentos com bolor
A presença de bolor nos alimentos indica a proliferação de fungos, podendo resultar em micotoxinas que trazem riscos à saúde. Estes fungos geram toxinas que, ao serem ingeridas, podem causar sintomas como náuseas e desconforto intestinal, principalmente em pessoas com baixa imunidade, segundo a ASAE.
Muitos acreditam que, ao cortar a parte afetada pelo bolor nos alimentos, o restante fica seguro para o consumo. Mas isso depende do tipo de alimento. Em alimentos com textura firme, como queijos curados, a remoção cuidadosa pode ser viável, desde que se corte uma margem de pelo menos 2 a 2,5 cm ao redor da área afetada para garantir a segurança.
No caso de alimentos como pão, frutas e vegetais de textura macia, a estrutura porosa facilita a penetração do bolor, contaminando o alimento inteiro. O bolor nos alimentos mais frágeis tende a se espalhar rapidamente, o que os torna impróprios para consumo, mesmo que a parte aparente seja removida.
Efeitos do bolor na saúde a longo prazo
O consumo acidental ou habitual de alimentos com bolor pode trazer consequências sérias para a saúde, especialmente a longo prazo. Além dos sintomas imediatos de intoxicação alimentar, o contacto com micotoxinas presentes em alimentos com bolor está associado a doenças crónicas e a um aumento do risco de certos tipos de cancro.
As aflatoxinas, um tipo específico de micotoxina, são conhecidas pelo seu potencial cancerígeno e pela capacidade de afetar gravemente o fígado, levando a quadros de insuficiência hepática. O consumo de micotoxinas também pode afetar o sistema imunitário, enfraquecendo a resistência do organismo contra infeções e outras doenças.
Há também a questão dos sintomas de intoxicação que podem ser menos evidentes, mas que, ao longo do tempo, podem resultar em problemas respiratórios, irritações alérgicas e até em quadros de fadiga crónica, dores articulares e outros sintomas que se agravam com a exposição contínua ao bolor.
Estes sintomas costumam aparecer de forma silenciosa, o que torna difícil a sua associação direta ao consumo de alimentos contaminados. A OMS recomenda o descarte de alimentos contaminados por bolor. Embora possa parecer um desperdício, a segurança alimentar deve ser sempre uma prioridade.
Como evitar bolor nos alimentos?
Minimizar a presença de bolor nos alimentos começa por armazená-los corretamente. Algumas práticas que podem ajudar:
- Armazenamento em local seco: a humidade é um dos principais fatores para o aparecimento de bolor nos alimentos. Manter os itens em locais arejados ajuda a evitar a proliferação de fungos.
- Refrigeração constante: para itens perecíveis, o frio do frigorífico reduz a velocidade do crescimento do bolor. No entanto, mesmo em condições refrigeradas, o bolor nos alimentos pode surgir se o armazenamento não for adequado.
- Uso de recipientes fechados: alimentos expostos ao ar são mais propensos ao bolor. Armazenar em recipientes herméticos reduz o contacto com o ambiente e o risco de contaminação.
- Rotatividade de alimentos na despensa: verificar periodicamente o estado dos produtos na despensa evita que itens ultrapassem a prazo de validade e se tornem mais propensos a desenvolver bolor.
Exceções para consumo seguro de alimentos com bolor
Alguns alimentos são fabricados com bolor seguro para consumo, como certos tipos de queijos (por exemplo, Roquefort e Brie). Esse bolor é parte do processo de maturação e é inofensivo. No entanto, se um tipo de bolor diferente surgir nesses produtos, como pontos verdes ou pretos, é melhor descartar.
Em carnes curadas, o bolor natural na superfície é comum e pode ser retirado com uma leve escovagem antes do consumo. Contudo, o bolor nos alimentos desse tipo que desenvolve uma cor ou textura incomum deve ser tratado com cautela. Evitar o bolor nos alimentos frescos e conservá-los em condições adequadas ajuda a prevenir riscos desnecessários.
Ao manter boas práticas de armazenamento e verificar o estado dos alimentos regularmente, é possível reduzir a probabilidade de bolor nos alimentos e manter uma alimentação segura.