As casas típicas de Santana, localizadas na encantadora Ilha da Madeira, são um verdadeiro símbolo da cultura e tradição madeirense. Estas construções pitorescas, com os seus telhados de colmo e formato triangular, são uma das imagens mais icónicas da ilha e atraem turistas de todo o mundo.

Neste artigo, vamos explorar a história, as características e a importância destas casas que representam um património cultural único.

A história das casas típicas de Santana

As casas típicas de Santana surgiram posteriormente à colonização inicial da Madeira, provavelmente entre os séculos XVII e XVIII. Estas habitações eram originalmente habitadas por agricultores que utilizavam os recursos naturais da região para construir as suas casas, aproveitando a madeira das florestas locais e o colmo resultante do cultivo de cereais.

Estas casas eram simples, mas eficazes. A estrutura de madeira proporcionava uma base sólida, enquanto o telhado inclinado de colmo oferecia proteção contra as chuvas intensas que caracterizam o clima da ilha.

A inclinação acentuada dos telhados das casas típicas de Santana facilitava o escoamento da água, evitando infiltrações e garantindo a sua impermeabilidade. O formato triangular das casas é uma característica visual marcante que contribui para a sua singularidade.

Características das casas típicas de Santana

As casas típicas de Santana distinguem-se pelo seu formato triangular peculiar e pelos telhados feitos de colmo. Este material natural não só era barato e fácil de obter, como também oferecia um excelente isolamento térmico, mantendo o interior fresco no verão e quente no inverno.

As fachadas das casas são pintadas em cores vivas: branco nas paredes, com detalhes em azul e vermelho nas portas e janelas. Esta combinação colorida dá às casas um aspeto alegre e acolhedor, que contrasta com a paisagem verdejante da Madeira.

No interior das casas típicas de Santana, o rés-do-chão servia como área habitacional principal, onde se encontravam os espaços para dormir e armazenar alimentos. O sótão era frequentemente utilizado para armazenar produtos agrícolas, como sementes e cereais. Em algumas versões mais antigas destas casas, a cozinha estava localizada numa construção separada para evitar riscos de incêndio no telhado de colmo.

A importância cultural das casas típicas

As casas típicas de Santana são muito mais do que simples construções rurais; elas representam um testemunho vivo da história e das tradições da Madeira. Durante séculos, estas habitações foram o lar de famílias humildes que viviam da agricultura e dependiam dos recursos naturais disponíveis na ilha para sobreviver.

Hoje em dia, muitas destas casas já não são habitadas, mas foram preservadas como monumentos históricos e atrações turísticas. O Núcleo de Casas Típicas de Santana, por exemplo, é um local onde os visitantes podem ver estas construções tradicionais restauradas e aprender mais sobre a vida rural na Madeira antiga.

Além disso, estas casas tornaram-se um ex-líbris da ilha, aparecendo frequentemente em cartazes turísticos que promovem a Madeira como destino preferido dos visitantes. A sua preservação é crucial para manter viva a memória das gerações passadas e para garantir que as futuras gerações possam continuar a apreciar este património único.

A construção sustentável das casas típicas

Um dos aspetos mais notáveis das casas típicas de Santana é o seu caráter sustentável. Numa época em que os materiais modernos eram escassos ou demasiado caros para a maioria da população rural, os habitantes de Santana recorreram àquilo que a natureza lhes oferecia: madeira das florestas locais e palha dos campos cultivados.

O processo de construção destas casas envolvia técnicas tradicionais passadas de geração em geração. O colmo utilizado nos telhados era cuidadosamente selecionado para garantir durabilidade e resistência às intempéries.

Embora este material exija manutenção regular — geralmente entre quatro a cinco anos dependendo das condições climáticas — continua a ser uma escolha ecológica que respeita o ambiente natural da ilha.

Existem diferentes variações arquitetónicas nas casas típicas de Santana. Algumas são conhecidas como “casas de fio” ou “de empena”, onde as vigas longitudinais são suportadas diretamente no solo; outras são “meio-fio”, com melhor aproveitamento do espaço devido à cobertura que termina cerca de 60 cm acima do solo.

Há também as “casas de quatro águas”, também chamadas “casas redondas”, predominantes na freguesia de São Jorge.

O futuro das casas típicas

Apesar do seu valor histórico e cultural inestimável, as casas típicas de Santana enfrentam desafios no futuro. A manutenção regular dos telhados de colmo é dispendiosa e requer mão-de-obra especializada, o que tem levado ao abandono gradual destas construções tradicionais.

No entanto, esforços têm sido feitos para preservar este património único. As autoridades locais têm incentivado projetos de restauração e até plantado cereais como trigo e centeio para garantir o fornecimento contínuo de palha para as coberturas das casas.

Além disso, algumas destas habitações foram convertidas em museus ou alojamentos turísticos, permitindo aos visitantes experimentar um pouco da vida tradicional madeirense.

As casas típicas de Santana são muito mais do que simples construções; elas são um símbolo vivo da resiliência e engenhosidade do povo madeirense. Com os seus telhados inclinados de colmo e fachadas coloridas, estas casas continuam a encantar quem visita a Ilha da Madeira.

Preservar este património é essencial não só para manter viva a história local, mas também para promover práticas sustentáveis numa era em que o respeito pelo ambiente é cada vez mais importante.

Se visitar a Madeira, não deixe de explorar estas pequenas joias arquitetónicas em Santana — uma verdadeira viagem ao passado num cenário natural deslumbrante.

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