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O que são as tornas e como se aplicam nas partilhas?

O que são as tornas e como se aplicam nas partilhas?

Está a lidar com heranças ou divórcios e sente-se perdido com o conceito de tornas? Aprenda como essas compensações asseguram uma divisão equitativa.
tornas
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No contexto das partilhas, a expressão “tornas” pode suscitar algumas dúvidas. No entanto, a sua compreensão é importante, especialmente em situações de herança ou divórcio. Neste artigo, a Morada Ideal vai explorar o que são essas compensações, como se aplicam nas partilhas e quais as suas implicações fiscais.

O que são tornas?

As tornas referem-se à quantia que uma pessoa deve pagar a outra para equilibrar a partilha de bens numa situação de separação ou partilha de herança. Imagine que, num divórcio, um dos cônjuges recebe um valor superior em bens do que o outro. Nesse caso, o cônjuge que recebeu mais terá de compensar o outro, e esse pagamento é o que se denomina tornas.

Este mecanismo é importante para garantir que ambos os lados da partilha sejam tratados de forma justa. É um conceito que promove a equidade, evitando que um dos envolvidos saia a perder em comparação com o outro.

Tornas na herança

Quando falamos em herança, essas compensações também desempenham um papel significativo. Após o falecimento de uma pessoa, os bens são distribuídos entre os herdeiros. Se um dos herdeiros receber uma parte maior do que os outros, será necessário ajustar essa desigualdade através das tornas.

Por exemplo, se um herdeiro ficar com uma propriedade que vale mais do que a sua parte na herança, ele deverá pagar a compensação aos outros herdeiros para que todos recebam uma parte equitativa do património. Este ajuste assegura que a partilha dos bens seja justa e equilibrada entre todos os envolvidos.

Tornas no divórcio

partilha divorcio
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No contexto do divórcio, as compensações são igualmente relevantes. Durante o processo de partilha de bens, se um dos cônjuges ficar com bens que têm um valor total superior à sua parte, ele terá de compensar o outro cônjuge com um pagamento.

Este valor é calculado com base na diferença de bens recebidos por cada parte. Por isso, é importante que as partes envolvidas no divórcio estejam atentas a este conceito, pois ele pode influenciar significativamente a divisão do património.

Tributação das tornas

É importante referir que essas compensações também estão sujeitas a impostos. O imposto sobre as tornas é um aspeto a considerar durante o processo de partilha. Dependendo do valor a pagar e das especificidades da situação, as tornas podem estar sujeitas ao Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) quando envolvem bens imóveis.

Além disso, se houver renúncia às tornas, esta será considerada uma doação e estará sujeita ao Imposto do Selo à taxa de 10%. Por isso, é aconselhável consultar um advogado ou um contabilista especializado para compreender melhor as implicações fiscais e evitar surpresas desagradáveis. O planeamento adequado pode ajudar a minimizar a carga tributária e a garantir que a partilha de bens seja realizada de forma clara.

Como renunciar às tornas?

A renúncia às tornas pode ser realizada através de um acordo entre as partes envolvidas, sendo uma opção válida em várias situações. Quando ambos os cônjuges ou herdeiros chegam a um entendimento mútuo, é possível que um deles decida não exigir a compensação ao outro.

É importante, no entanto, que essa renúncia seja feita de forma formal e documentada, de modo a evitar qualquer mal-entendido no futuro. Um contrato escrito que detalhe a renúncia pode ser uma boa solução para assegurar que ambas as partes estão cientes e de acordo com a decisão.

As tornas são um conceito importante nas partilhas de bens, quer em situações de herança quer em divórcios. Compreender o seu funcionamento e as suas implicações fiscais é fundamental para garantir que a partilha seja feita de forma justa e equilibrada.

Se estiver a passar por uma situação em que as compensações podem ser relevantes, não hesite em procurar aconselhamento especializado. Uma boa orientação pode fazer toda a diferença na sua situação financeira e na forma como lida com a partilha dos bens.

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