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Guia sobre direitos, deveres e como funciona o usufruto

Guia sobre direitos, deveres e como funciona o usufruto

Saiba o que é usufruto. Direitos e deveres do usufrutuário e nu-proprietário na gestão patrimonial. Entenda a legislação e o funcionamento deste direito real.
usufruto
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O usufruto é um tema de grande relevância no contexto jurídico português, especialmente quando se trata de questões patrimoniais e sucessórias. Neste artigo, iremos explorar os aspetos fundamentais do usufruto, desde a sua definição até às suas implicações práticas no quotidiano. Se está a considerar estabelecer um usufruto ou simplesmente deseja compreender melhor este instituto jurídico, continue a ler este artigo.

O que é usufruto?

O usufruto constitui um direito real que permite a uma pessoa desfrutar temporariamente de um bem que pertence a outrem. Este direito concede ao usufrutuário a capacidade de utilizar o bem e recolher os seus frutos, sejam eles naturais ou civis, mantendo a obrigação de conservar a sua substância. O usufruto encontra-se regulamentado no Código Civil e representa uma forma comum de gestão patrimonial.

Direito de usufruto

O direito de usufruto estabelece uma relação jurídica particular entre duas figuras principais: o usufrutuário e o nu-proprietário. O usufrutuário detém o direito de usar e fruir do bem, enquanto o nu-proprietário mantém a propriedade formal do mesmo, embora temporariamente privado das suas faculdades de uso e fruição. Esta divisão de direitos proporciona uma flexibilidade significativa na gestão patrimonial.

Quem pode ser usufrutuário?

Qualquer pessoa, singular ou coletiva, pode ser usufrutuária. Os seus direitos incluem a utilização do bem conforme a sua natureza e finalidade, bem como a perceção dos rendimentos que dele possam decorrer. Por exemplo, no caso de um imóvel, o usufrutuário pode habitá-lo ou arrendá-lo, recebendo as respetivas rendas.

Como funciona o usufruto vitalício?

O usufruto vitalício, como o próprio nome indica, perdura durante toda a vida do usufrutuário. Esta modalidade é particularmente comum em contextos familiares, onde os pais podem doar um imóvel aos filhos, reservando para si este direito de forma vitalícia. Esta prática permite que haja um planeamento sucessório eficiente, garantindo simultaneamente a segurança habitacional dos usufrutuários.

Alienação de imóvel

alienação de imóvel com usufruto
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A alienação de um imóvel com este direito apresenta características específicas. O nu-proprietário pode vender a sua posição, mas o usufruto mantém-se inalterado. Por outro lado, o usufrutuário não pode vender o imóvel, apenas o seu direito de usufruto, mediante autorização do nu-proprietário.

Como é constituído?

Este direito pode ser constituído através de diversos meios, incluindo contrato, testamento ou usucapião. Em qualquer caso, é fundamental o registo na respetiva conservatória do registo para produzir efeitos perante terceiros. A constituição deve observar requisitos legais específicos e pode estar sujeita a condições particulares.

Deveres do usufrutuário

O usufrutuário tem deveres importantes, nomeadamente a conservação do bem no estado em que o recebeu e a utilização conforme a sua destinação económica. Deve também suportar as despesas ordinárias de conservação e os encargos anuais, como impostos e taxas.

Extinção do usufruto

Este direito pode extinguir-se por várias razões, sendo as mais comuns a morte do usufrutuário, a renúncia ou o termo do prazo estabelecido. No caso de pessoas coletivas, o usufruto extingue-se após trinta anos. A extinção implica a consolidação da propriedade plena na pessoa do nu-proprietário.

O planeamento sucessório

Este direito constitui uma ferramenta valiosa no planeamento sucessório, permitindo a transmissão gradual do património e a proteção dos interesses familiares. Esta estratégia pode ajudar a evitar conflitos entre herdeiros e garantir a sustentabilidade financeira dos mais idosos.

O usufruto representa um instituto jurídico fundamental no direito português, oferecendo soluções flexíveis para as mais diversas situações patrimoniais. A sua compreensão adequada é essencial para quem pretende utilizar este instrumento de forma eficaz, seja no contexto familiar ou empresarial.

Lembre-se que é sempre recomendável recorrer a assessoria jurídica especializada para poder garantir que todas as disposições legais sejam devidamente observadas e para garantir que os seus direitos sejam devidamente protegidos.

Sumário

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