Com as alterações na lei dos condomínios portuguesa, torna-se fundamental compreender as novas regras e diretrizes que afetam diretamente a vida em comunidade.
A Lei n.º 8/2022, que atualiza a lei dos condomínios, trouxe importantes mudanças que visam modernizar e simplificar a gestão condominial, adaptando-a às necessidades atuais dos moradores.
As principais novidades da lei dos condomínios
A nova legislação introduziu alterações significativas na forma como os condomínios são geridos em Portugal. Uma das mudanças mais relevantes refere-se à comunicação entre administradores e condóminos, que passou a ser mais transparente e eficiente.
Quando um proprietário vende a sua fração, deve comunicar esta transmissão ao administrador do condomínio. Esta obrigação visa manter atualizado o registo de proprietários e facilitar a gestão das despesas comuns.
Responsabilidades e obrigações dos condóminos
No âmbito da lei dos condomínios, a atualização trouxe maior clareza quanto às responsabilidades dos proprietários. Os condóminos devem fornecer os seus dados pessoais ao administrador, incluindo contactos atualizados para comunicações oficiais.
Uma novidade importante é que o novo proprietário apenas responde pelas dívidas do condomínio surgidas após a aquisição da fração. Esta alteração traz mais segurança jurídica para quem pretende adquirir um imóvel em regime de propriedade horizontal.
Assembleias e reuniões condominiais
As assembleias de condomínio sofreram uma modernização significativa. A lei dos condomínios passou a permitir expressamente a realização de reuniões por meios de comunicação à distância, como videoconferência.
As convocatórias podem ser enviadas por correio eletrónico, desde que os condóminos concordem com este método.
Gestão financeira e fundo de reserva
O administrador do condomínio tem agora responsabilidades mais definidas quanto à gestão financeira. É obrigatória a manutenção de um fundo comum de reserva para fazer face a despesas de conservação do edifício, sendo que a lei atual especifica que o administrador deve garantir a existência deste fundo.
Obras e manutenção das áreas comuns
A nova lei clarifica as situações em que podem ser realizadas obras urgentes nas zonas comuns. As despesas de conservação passaram a ser responsabilidade exclusiva dos proprietários que aprovaram as intervenções, salvo disposições específicas em contrário.
O papel do administrador do condomínio
O administrador ganhou novas atribuições com a atualização da lei dos condomínios. Deve executar as deliberações da assembleia num prazo máximo de 15 dias úteis e manter os condóminos informados sobre eventuais processos judiciais em curso.
Regulamento interno e convivência
O regulamento interno ganhou maior relevância legal, devendo ser aprovado em assembleia por maioria dos condóminos.
Este documento estabelece as normas de convivência, incluindo regras específicas sobre uso de áreas comuns, horários de silêncio, presença de animais de estimação e realização de obras nas frações privativas.
Define também procedimentos para uso de equipamentos coletivos e instalação de aparelhos nas fachadas. O regulamento deve prever sanções claras para casos de incumprimento das normas estabelecidas.
Questões práticas e procedimentos
Quanto aos procedimentos práticos, a lei estabelece a obrigatoriedade de um fundo de reserva, sendo que o administrador deve garantir a sua existência.
Para venda de unidades, o proprietário deve solicitar uma declaração ao administrador sobre encargos e dívidas, que deve ser emitida em até 10 dias consecutivos, incluindo informações sobre valores pendentes e previsão de obras futuras.
As assembleias podem ser realizadas por videoconferência e suas atas devem ser disponibilizadas aos condóminos. A lei prevê que o administrador deve instaurar ação judicial para cobrança de dívidas após 90 dias de atraso, mas não especifica que isso ocorre automaticamente.
Seguros e proteção patrimonial
A lei não menciona especificamente a obrigatoriedade do seguro de incêndio para o edifício, mas mantém a importância de medidas de proteção essenciais para todos os condóminos.
A atualização da lei dos condomínios em 2022 trouxe modernização e clareza para a gestão condominial em Portugal. As novas regras facilitam a comunicação, protegem os direitos dos proprietários e estabelecem responsabilidades mais claras para administradores e condóminos.
Para garantir uma convivência harmoniosa e uma gestão eficiente, é fundamental que todos os envolvidos conheçam e cumpram as novas disposições da lei dos condomínios.
A adequada implementação destas mudanças contribui para valorizar o património e melhorar a qualidade de vida em condomínio.
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